terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Obelisco do Largo da Memória de São Paulo - o jovem Bicentenário


                                                              Largo da Memória 1814



 

                                                                Largo da Memória 2015  


Considerado o primeiro monumento da cidade de São Paulo, o Obelisco do Largo da Memória completou em 18 de outubro, 200 anos. Com previsão de restauro para 2015 e atividades culturais, o evento foi comemorado com apresentações de danças, teatro, música, circo, estátuas vivas e intervenções urbanas.
A recuperação do Largo e do Obelisco tem previsão para o ano que vem que terá a restauração dos azulejos que compõe o painel ornamental, tratamento paisagístico, reativação da fonte e melhoria da iluminação local. Ponto histórico e turístico da cidade, fica entre as ruas Coronel Xavier de Toledo e Quirino de Andrade, próximo ao Vale do Anhangabaú.

Onde Tudo Começou. Criado em 1814, foi ponto de encontro entre moradores da região central e também caminho dos viajantes, que paravam ali para se reabastecer da água da bica que existia.
No mesmo ano, o engenheiro Daniel Pedro Müller foi encarregado de construir a Estrada do Piques, que ligava São Paulo às cidades do interior. Com isso, o engenheiro formou também um largo e ali construiu um chafariz, complementando com o Obelisco que representava a memória pelo zelo do bem público.

Perdendo a Relevância. Quando a estrada de ferro se instalou na Estação da Luz, o Largo deixou de ser a porta de entrada da cidade. As tropas de mercadorias perderam sua importância ante os novos meios de transporte.

O chafariz também foi transferido para a região da Estação da Luz, que lá se tornou o local de circulação de cargas.

Sem o chafariz, o Largo perdeu sua relevância, mas a partir de sua construção algumas modificações foram feitas, como a plantação de uma figueira que foi considerada a árvore mais conhecida de São Paulo. Desde então, teve apenas alguns galhos cortados devido à construção da Estação de Metrô Anhangabaú.

Em 1919, como uma das comemorações do centenário da Independência do Brasil, iniciou-se uma reforma, com a construção de novo chafariz, escadarias e um belo pórtico de azulejos com o brasão da cidade, obras que seriam concluídas a tempo das comemorações em 1922.

Centro Novo. Após a reinauguração de muita pompa, o local voltou a ser um dos principais monumentos de São Paulo, onde era conhecido como "centro novo", por muitos anos.
Hoje, o Largo, infelizmente, não tem a mesma importância e está degradado. Acabou se transformando em um local malcheiroso, abandonado, perigoso e servindo de abrigo para moradores de rua.

Devido ao transcurso do seu bicentenário, a Prefeitura de São Paulo, por meio do Departamento do Patrimônio Histórico - DPH decidiu realizar uma obra para a reparação dos danos causados pelo tempo. A reforma prevê a reativação do chafariz e a restauração dos azulejos que são hoje, pichados.

Com isso, o objetivo do monumento, partindo dele para a revalorização também de outros pontos turísticos da cidade mediante projeto de restauro e conservação de monumentos, fontes e chafarizes existentes em São Paulo.

Tombado pelo patrimônio municipal e também pelo estadual, o Largo chegou ao seu bicentenário precisando de reforma: porém ainda é local de grande relevância histórica para os paulistanos que passam por ali todos os dias, seja a trabalho ou passeio, nos horários de grande movimentação, como hora do almoço e o final de expedientes das empresas.

Quando se fala em Obelisco, na cidade de São Paulo, o primeiro que vem à mente é mesmo o do Ibirapuera. Porém existem outros na capital.

O do Largo da Memória, o mais antigo, precisa ser revigorado por meio de uma reforma. São Paulo tem grandes e belos monumentos e, apresar de alguns estarem em situação de abandono, convém recuperá-los em futuro próximo, para que se enalteçam, por seu intermédio, nossas tradições históricas.

Revista do Historiador - edição 175.